O que é cardiopatia congênita? Quais os sintomas e os principais tipos
Cardiopatia Congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge nas primeiras oito semanas de gestação quando se forma o coração do bebê. Ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca, mesmo que descoberto no nascimento ou anos mais tarde.
Segundo dados da sociedade brasileira de cardiologia no Brasil nascem aproximadamente 28 mil crianças com problemas cardíacos por ano, ou seja, a cada 100 bebês nascidos vivos 1 (um) é cardiopata. Dessas em torno de 80% necessitarão de alguma cirurgia cardíaca durante a sua evolução.
As cardiopatias congênitas podem produzir sintomas no nascimento, durante a infância, ou então só na idade adulta. Em alguns casos, a cardiopatia congênita não causa sintomas.
Existem diferentes tipos de cardiopatias, que podem ser leves e só serem descobertas na idade adulta, até as mais graves, que são as cardiopatias cianóticas, capazes de causar alteração do fluxo de sangue para o corpo.
A cardiopatia pode ser classificada como:
1) Cardiopatia congênita cianótica
Este tipo de cardiopatia é mais grave, pois o defeito no coração pode afetar de forma significativa o fluxo sanguíneo e a capacidade de oxigenação do sangue, e, a depender da sua gravidade, pode provocar sintomas como palidez, coloração azul da pele, falta de ar, desmaios e, até, convulsões e morte.
As principais são:
Tetralogia de Fallot: impede o fluxo de sangue do coração para os pulmões, devido a uma combinação de 4 defeitos, caracterizados pelo estreitamento na valva que permite a passagem de sangue para os pulmões, comunicação entre os ventrículos cardíacos, alteração no posicionamento da aorta e hipertrofia do ventrículo direito;
Anomalia de Ebstein: dificulta o fluxo sanguímeo por anomalias na valva tricúspide, que comunica as câmaras do coração direito;
Atresia pulmonar: causa ausência de comunicação entre o coração direito e pulmões, impedindo que o sangue seja oxigenado corretamente.
2) Cardiopatia congênita acianótica
Este tipo de cardiopatia provoca alterações que nem sempre provocam repercussões tão graves no funcionamento cardíaco, e a quantidade e intensidade dos sintomas depende das gravidade do defeito cardíaco, que vão desde ausência de sintomas, sintomas somente durante esforços, até a insuficiência cardíaca.
As principais são:
Comunicação interatrial (CIA): ocorre uma comunicação anormal entre os átrios cardíacos, que são as câmaras mais superiores;
Comunicação interventricular (CIV): há um defeito entre as paredes dos ventrículos, provocando uma comunicação inadequada destas câmaras e a mistura de sangue oxigenado e não oxigenado;
Persistência do canal arterial (PCA): este canal existe naturalmente no feto para ligar o ventrículo direito do coração à aorta, para que o sangue siga em direção à placenta e receba oxigênio, mas deve se fechar logo após o nascimento. A sua persistência pode provocar dificuldades na oxigenação do sangue do recém-nascido;
Defeito no septo atrioventricular (DSVA): provoca uma comunicação inadequada entre o átrio e o ventrículo, dificultando a função cardíaca
Os sinais e sintomas da cardiopatia congênita dependem do tipo e da complexidade dos defeitos cardíacos.
Nos recém-nascidos e bebês, eles podem ser:
Cianose, que é a coloração roxa na ponta dos dedos ou nos lábios;
Suor excessivo;
Cansaço excessivo durante as mamadas;
Palidez e apatia;
Baixo peso e pouco apetite;
Respiração rápida e curta mesmo em repouso;
Irritação.
Nas crianças mais velhas ou nos adultos, os sintomas podem ser:
Coração acelerado e boca roxa após esforços;
Infecções respiratórias frequentes;
Cansaço fácil em relação as outras crianças da mesma idade;
Não desenvolve, nem ganha peso normalmente.
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